Mudanças Climáticas e Planeamento Familiar: Os Países Menos Desenvolvidos Definem a Agenda
Este artigo analisa os primeiros 40 relatórios de Programas de Ação Nacionais de Adaptação apresentados por governos de países menos desenvolvidos ao Fundo para o Meio Ambiente Global para financiamento. Destes documentos, o 93% identificou pelo menos uma das três formas pelas quais as tendências demográficas interagem com os efeitos das alterações climáticas: (i) degradação mais rápida das fontes de recursos naturais; (ii) aumento da procura por recursos escassos; e (iii) maior vulnerabilidade humana a fenómenos meteorológicos extremos. Estas conclusões sugerem que o acesso voluntário aos serviços de planeamento familiar deveria ser mais disponibilizado às comunidades pobres dos países menos desenvolvidos. O artigo sublinha a distinção entre esta abordagem, que dá prioridade ao bem-estar das comunidades pobres afectadas pelas alterações climáticas, versus o argumento de que o crescimento populacional deve ser abrandado para limitar o aumento das emissões globais de carbono. O documento conclui apelando a um maior apoio aos serviços de planeamento familiar baseados em direitos, incluindo aqueles integrados com serviços de VIH/SIDA, como uma importante medida complementar aos programas de adaptação às alterações climáticas nos países em desenvolvimento.
Ano: 2009
Fonte: Boletim da Organização Mundial da Saúde